HERPES LABIAL HERPES: UTILIZAMOS ACICLOVIR?QUANDO E COMO?

HERPES LABIAL HERPES: UTILIZAMOS ACICLOVIR?QUANDO E COMO? Dra. Pamela Rojas G., Médica de Família PUCINTRODUÇÃO
O envolvimento verbal e labial é a manifestação mais frequente da infecção pelo vírus Herpes Simplex. A primeira infecção ocorre geralmente na primeira infância e as recidivas podem persistir para o resto da vida (1).
1. Primeira infecção: Clinicamente é caracterizada por febre alta seguida de odynophagia e dor generalizada na mucosa oral. Ao exame, desenvolvem-se vesículas nos lábios, gengivas e palato, associadas a edema e eritema (1).
2. Recidivas: Caracterizadas por dor, ardor e prurido. Estas precedem o aparecimento de lesões vesiculares, que acabam por formar uma úlcera e mais tarde uma sarna. Sem tratamento, as lesões cicatrizam em cerca de uma semana (1).
EFECTIVIDADE DOS TRATAMENTOS 1. Primo infecção:a. Aciclovir tópico versus placebo:

i. Eficácia: Não há revisões sistemáticas (SR) ou estudos controlados aleatórios (RCT) que avaliem a sua eficácia em feridas frias (2).
b. Aciclovir sistémico versus placebo:
i. Eficácia: Não há RS avaliando a sua eficácia em feridas frias. Também não há RCTs a avaliar em adultos (2).
br>Em crianças há 2 RCTs pequenos. O primeiro descobriu que a utilização de aciclovir oral (200 mg, 5 vezes por dia) em crianças com lesões de gengivostomatite herpética de duração inferior a 4 dias reduziu a duração da dor em comparação com placebo (4,3 dias com aciclovir v/s 5 dias com placebo, P = 0,05) (3).
O segundo ERC, realizado em crianças de 1-6 anos com lesões de duração inferior a 3 dias, constatou que o uso de aciclovir oral (15 mg/kg, 5 vezes por dia durante 7 dias) reduziu o tempo de cicatrização quando comparado com placebo (4 dias com aciclovir vs 10 dias com placebo) (4).
2. Aciclovir tópico versus placebo: não há CRAs de qualidade comparando-os com placebo ou sem tratamento (1).b. Aciclovir sistémico versus placebo: Não existem SRs que avaliem a sua eficácia na profilaxia do herpes labialis. 4 ERCs encontraram provas limitadas que sugerem que o uso de aciclovir oral profilático pode reduzir a frequência e gravidade das recidivas em comparação com o placebo. Não há clareza sobre quando iniciar a terapia ou o número de dias em que deve ser usada (1).

p> EFEITOS AVERSOS
1. Antivirais tópicos: Vários relatos de efeitos adversos locais (prurido, erupção cutânea) ao usar antivirais tópicos. Os efeitos notificados NÃO mostram diferenças estatisticamente significativas quando comparados com placebo (5, 6, 7).2. Sistémico: A maioria dos estudos não mostram efeitos adversos quando se utiliza Acyclovir. Apenas alguns relatam dores de cabeça e náuseas em doentes que recebem Aciclovir oral, no entanto, não mostram diferenças significativas quando comparados com placebo (3, 4, 8, 9, 10).
SUMÁRIO:
Apesar da elevada incidência de feridas frias na população, existem poucos estudos de qualidade para apoiar o seu tratamento com Aciclovir.
Não há estudos randomizados de qualidade que avaliem a eficácia do aciclovir tópico como agente terapêutico ou profilático em úlceras frias.
Os estudos disponíveis sobre o aciclovir sistémico apoiam a sua eficácia na redução dos sintomas durante a infecção primária. Como agente profiláctico, há poucas provas que sustentem a sua indicação na prevenção de recorrências.p>REFERÊNCIAS
1. Herpes Simples. www.clinical evidence.com. 9 de Agosto de 2005
2. Worrall G. Herpes labialis. Evidência clínica, Abril de 2005
3. Ducoulombier H, Cousin J, DeWilde A, et al. Estomatite-gingivite herpética em crianças: ensaio controlado de aciclovir versus placebo. Ann Pediatr 1988;35:212-216
4. Amir J, Harel L, Smetana Z, et al. Treatment of herpes simplex gingivostomatitis with aciclovir in children: a randomised double blind placebo controlled trial. BMJ 1997;314:1800-1803.
5. Raborn GW, McGraw WT, Grace M, et al. Tratamento de herpes labialis com aciclovir 5% de creme aquoso modificado: um ensaio aleatório duplo-cego. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1989;67:676-679
6. Fiddian AP, Ivanyi L. Aciclovir tópico na gestão do herpes labialis recorrente. Br J Dermatol 1983;109:321-326
7. Smith J, Cowan FM, Munday P. A gestão da infecção pelo vírus do herpes simplex na gravidez. Br J Obstet Gynaecol 1998;105:255-268.
8. Torres G. Herpes Simples. www.clinical evidence.com. 9 de Agosto de 2005
9. Rooney JF, Strauss SE, Mannix ML, et al. Aciclovir oral para suprimir o herpes labial frequentemente recorrente: um ensaio duplo-cego, controlado por placebo. Ann Intern Med 1993;118:268-272
10. Spruance SL, Hammil ML, Hoge WS, et al. O aciclovir impede a reactivação do herpes labialis em esquiadores. JAMA 1988;260:1597-1599
11. Raborn GW, Martel AY, Grace MG, et al. Aciclovir oral na prevenção do herpes labialis: um ensaio aleatório, duplo-cego, controlado por placebo. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 1998;85:55-59.

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