Os militares usam o termo “seta partida” para descrever qualquer incidente em que uma arma nuclear seja perdida, roubada ou detonada inadvertidamente. Isso pode parecer um fenómeno raro, mas os registos mostram que os Estados Unidos já passaram por mais de 30 chamadas tão próximas desde o início da era nuclear. Os riscos eram particularmente elevados durante a Guerra Fria, quando bombardeiros armados com armas termonucleares patrulhavam os céus 24 horas por dia. Com tantos aviões no ar, alguns contratempos experimentados que levaram a acidentes e a quedas não planeadas de bombas. Em 1957, uma bomba de hidrogénio de 42.000 libras caiu acidentalmente através das portas do compartimento de bombas de um bombardeiro B-36 ao sobrevoar o Novo México. Os explosivos convencionais não nucleares da bomba detonaram no momento do impacto, matando uma vaca que pastava e deixando para trás uma cratera com 12 pés de profundidade. Felizmente, a carga útil nuclear não explodiu. Outro famoso quase acidente ocorreu em 1961, quando um bombardeiro B-52 sofreu uma fuga de combustível e explodiu sobre Goldsboro, na Carolina do Norte. O avião desfez-se e lançou duas bombas de hidrogénio Mark 39. Tudo o que impediu a detonação de uma delas foi um único interruptor de segurança de baixa voltagem.
Medidas de segurança simples garantiram que nenhuma seta partida alguma vez resultou numa explosão nuclear, mas houve alguns incidentes em que uma arma foi perdida e nunca foi encontrada. Durante a Guerra do Vietname, um avião que transportava uma bomba nuclear deslizou do porta-aviões Ticonderoga e desapareceu no Pacífico. Em 1968, o submarino Scorpion afundou-se misteriosamente com todas as 99 mãos – e dois torpedos de pontas nucleares – ao largo da costa dos Açores. A União Soviética sofreu uma catástrofe semelhante dois anos mais tarde, quando o submarino nuclear K-8 afundou no Golfo da Biscaia. Ao todo, as setas partidas combinadas dos Estados Unidos e da Rússia deixaram várias dúzias de ogivas nucleares perdidas no mar.